Diário do Mercado na 6ª feira, 12.08.2016
Ibovespa encerrou o dia em absoluta estabilidade, refletindo dados econômicos mistos pelo mundo
O Ibovespa encerrou absolutamente estável, aos 58.298 pts (0,0%), encerrando a semana com +1,10%, e acumulando +1,73 no mês, +34,49% no ano e +20,48% em 12 meses.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,68 bilhões, com o volume à vista somando R$ 7,16 bilhões.
O índice hoje acompanhou a maioria dos mercado mundiais que operou sem viés definido, na esteira de dados mistos e sem grandes pesos ao redor do mundo. No último dado disponível (dia 10), houve retirada líquida de capital externo de R$ 164 milhões da Bolsa, levando o saldo negativo do mês para R$ 575 milhões, mas inda permanecendo o acumulado no ano em positivos R$ 16,68 bi.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), a safra de dados econômicos da China divulgados na noite passada relativos a julho denotou a manutenção do desaquecimento da atividade local.
No comparativo anual, a produção industrial caiu de 6,2% para 6,0%, ante o aguardado pelo mercado em 6,2% destacando-se a retração da produção pelo setor privado.
As vendas ao varejo, que eram aguardadas em 10,5% caíram para 10,2%, desacelerando do índice de 10,6% medido anteriormente. Por fim, o investimento agregado retraiu-se a 8,1% ante 9,0% (estimativa 8,9%), no menor nível em 16 anos.
Nos EUA, as vendas ao varejo, após três meses de bons avanços interromperam a boa sequência. Em julho o índice permaneceu estável (0,0%) tanto nos indicadores cheio e núcleo, ante avanço aguardado em 0,4% e 0,3% respectivamente.
Em nossa visão, no entanto, a pontual estabilidade não invalida a tese de que o mercado norte-americano, que não somente encontra-se em pleno emprego, mas não dá sinais de arrefecimento no consumo das famílias – principal força motriz da economia local – permanece com moderada robustez.
Nos resultados corporativos do 2T16, segundo nossos analistas, a Petrobras (PETR4) trouxe números considerados positivos, com uma forte geração de caixa, e com o câmbio ajudando a arrefecer o endividamento líquido;
A Marfrig (MFRG3) reportou um resultado considerado neutro, com a performance fraca da Marfrig Beef compensada por bons números da Keystone;
Ainda no setor de proteína animal, a JBS (JBSS3) entregou um trimestre considerado fraco, mas com sinais de recuperação.
Na safra ainda figuraram MRV (MRVE3) e Ecorodovias (ECOR3) com resultados considerados positivos, Anima (ANIM3) com números fracos e Mahle Metal Leve (LEVE3) com viés neutro.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), o volume de 15 mil contratos ofertados nos leilões de swap cambial reverso de dólar na véspera - ante os habituais 10 mil praticados até então – foi repetido.
O fato, associado ao posicionamento denotado pelo Presidente Michel Temer de ”desconforto” com a paridade nos atuais patamares, exerceu pressão sobre a divisa, e o dólar dos EUA se valorizou perante o real, fechando a R$ 3,184 (+1,47%).
No mercado de juros futuros, a exemplo do mercado acionário, houve predomínio da estabilidade, com o mercado resistindo à pressão exercida pela alta do dólar. O CDS brasileiro de 5 anos também orbitou próximo à estabilidade, encerrando a 257 pts, contra 258 pts ontem.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, mercados majoritariamente em alta, embalados pela forte alta do petróleo e ignorando os dados piores do que o esperado na China.
Na Europa, com vários indicadores a serem digeridos, como números fracos do oriente, dados econômicos dos EUA aquém do esperado, além de números mistos da própria economia europeia, os mercados operaram sem tendência definida.
Nos EUA bolsas com viés de baixa, com dados econômicos menos pujantes do que aguardados.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 6a feira, 12.08.2016, elaborado por Rafael Freda Reis, CNPI, analista de investimentos do BB Investimentos
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